30 de outubro de 2007

ausência

ausência - helena de sousa

Enquanto morres
deixa que o sonho viva.
Por momentos.
Pois posso sempre
cansar os teus abraços
de mim.

E o mel
que te sobra
e que me entregas
dá-o às andorinhas
para que se espalhe
e se torne abelha
e casulo
e madeira
e cachimbo
e caixão.

E se não voarem os caixões
repete o sonho
adia a morte
e vinga!
Pois se há sonhos
são para que se sangrem
são para que se esmaguem contra o peito.
E para que te recordem
quando te vais.
A tua ausência
em mim.

6 comentários:

Emanuel disse...

"...a vida não é mais do que essa sucessão de faltas que nos animam."

Gostei…
Simples, agradável, e acima de tudo sentido…na forma que só em ti sei encontrar.

Beijinho

L. disse...

a mesma casa, endereço novo:

http://dias-curtos.blogspot.com/ ,

o mesmo luis ;)

rafaela disse...

A aprender a exorcitar o meu eu interior, não é, nelo?

Obrigada pela coragem que me dás.

Beijinhos

Anónimo disse...

este poema cheira a croquete...

Anónimo disse...

"Pois se há sonhos
são para que se sangrem
são para que se esmaguem contra o peito."

E para nos sufocar com a realidade...

Palavras certas... E belas..

Beijo dona moça e ótima semana

:*

Anónimo disse...

Muito completo os texto!
lindo mesmo!
parabéns!