21 de junho de 2007

tempos


Chamava-se Luz
baixou-se o pano
calou-se o piano
os pés doiam

a alma não
com as luzes
soldou-se com a cortina

as mãos arranham
que sabem eles?

virou pó aceso na lareira da sala

acordou no sofá
as meias aqueciam os pés

suava

levantou-se e foi beber água
o bebé chorava no andar de cima

tinha saudades

da bailarina
das estrelas
do piano que sentia prata
das luzes a apagarem-se quando ela se ia
de se esconder dos aplausos

mas agora estava velha

e o corpo não voava mais
voava agora a alma

na lareira
e nas meias

e no suor que ainda ficava
na mesa posta
e nos guarda-chuvas

já tinha voado
agora era tempo de crescer

8 comentários:

Anónimo disse...

CALA-TE!
vou-t dar um tabefe e vais ver se voas ou nao! =)*

Klatuu o embuçado disse...

Excelente! A tua escrita tem evoluído para algo grandioso e muito belo.

Dark kiss.

Nelson Magela disse...

crescimento ... essência.

Anónimo disse...

ou yeah mais uma paneleirisse literária! :P

ate adivinhas kem é

rafaela disse...

Ohh yeah, viva o Verão e às hormonas!

Até adivinho! :p
Tu falas mas gostas que eu sei!

beijos

rafaela disse...

Nelson...

Também é disso que se constroem as almas...

=)
beijo

rafaela disse...

Klatuu,
aprende-se a ver, a observar, a retirar ideias. Sou tua fã. Quando for grande posso ser como tu? =)

beijinhos

rafaela disse...

Ai Jota, Jota!
Os teus tabefes não me assustam! :p
És meiguinho! hehe

beijinhos