9 de julho de 2006

marioneta


hoje mandaste-me rastejar até ti, humilhar-me perante quem te venera, cuspir-me no chão rasco, rebaixar-me às tuas ordens...
e eu fi-lo

hoje mandaste-me ser pó, quebrar-me em gelo, partir-me em fragmentos de cinza espelhada, ser chão que pisas com o desprezo de quem flutua, tornar-me insignificante perante ti e riscar-me...
e eu fi-lo

hoje mandaste-me calar a minha boca, arder em ti de desejo, fazer-te vibrar e tremer de mim, separar a inocência cruel de virgem do meu colo branco...
e eu fi-lo



pois sou marioneta nas tuas mãos...

sem desprezo... sem raiva... sem ódio...
amo-te, amo-te sempre

6 comentários:

Ant disse...

O amor não é perder a identidade sob pena de o amor se perder.
Obrigado pela visita.
Bjo

Caçadora_de_sonhos disse...

Que lindo....tocante mesmo.
Obrigada por este bocadinho.

L. disse...

Duro, amargo, inquietante, até…

que amor esse que te destrói sob a ilusão de cinco fios…

não, não te permitas nunca tal redução… és imensa demais para seres controlada pelo que quer que seja.

, beijo

Anónimo disse...

A nos espelho da vida, onde tudo é visto, as cordas dos controles se rompem... O amor cego em si furta a visão do que é amor... Segue a vida sempre controle sem controle algum...
Vez ou outra es controlada mas sem controle é melhor estar.

Concordo com o Ant, algumas coisas se perdem por outras...

Post perturbador.

:*

Anónimo disse...

Toda a razão e dignidade que pulsa incessantemente para dentro do coração mergulha em algo que nos faz ser e viver…que nos faz desejar ver os olhos do amor. Por mais cruéis que sejam, por mais que eles nos apertem o coração…nós gostamos, porque nos faz sentir vivos, faz-nos ver além de nós, faz-nos cegar no desejo…por vezes a dor confunde-se muito com o amor, mas nunca ninguém nos disse que a vida era fácil…

Beijinhos Rafa…

Anónimo disse...

ai, ai, a Poesia é sempre um prazer quando lemos.Essa poesia é Linda!
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