
passei as mãos pelo teu corpo queimado de transparente, claro de seco, húmido de quente...
afaguei as tuas feridas de sangue, com cuidado, e tornei-me cura para as tuas tatuagens vivas.
fiquei perto de ti quando achaste que estavas sozinho, esperei por ti quando te deixaram ficar para trás, alcancei-te o ombro quando te julgavas perdido de tudo, abracei-me ao teu peito quando ja não recordavas um abraço...
e tu empurraste a minha mão do teu ombro, afastaste o meu abraço, impediste que me aproximasse e me tornasse una em ti, me tornasse o teu próprio eu...
e as minhas mãos atearam fogo. fogo da tua pele salgada de lágrimas minhas... fogo de palavras ditas que não deviam ser atiradas ao ar... fogo de um amor que nunca foi desperto, mas que também nunca chegou a hibernar... fogo de um abrigo que desde sempre se tornou uma ameaça para o meu coração pequeno.
as minhas mãos atearam fogo e queimaram, arderam, magoaram, sumiram... e tu rias, enquanto eu gritava de dor lancinante...
e agora sou eu e as minhas mão de fogo...
tou só, e é assim que quero ficar...
até já não recordar as minhas mãos de fogo...
1 comentário:
Nesse encontro nulo, nessa água ao fogo... Nesse magoa que rola, nessa vida em jogo, não sei onde começa tão pouco onde termina... Sei que começa, fulmina na lua amarela e cheia no céu...
Ate onde um amor dado segue seu caminho... Será que no fim o amor que damos é o que recebemos... Um curva no todo sem manter nada...
Suas palavras foram tristes, acabei me encontrando ali, jogado entre as letras...
:***
Enviar um comentário