30 de junho de 2006

nódoa


sou nódoa

e ainda continuarei a implementar as minhas pragas nos olhares que há muito se perderam
continuarei a flagrar fogos incestos onde as castidades mais se unem e se fecham
continuarei a imundar os caminhos por onde passo e a rasgar as pedras frescas que piso de propósito
continuarei a proclamar as minhas palavras loucas e a espalhar insanidade por mentes negras e abafadas
continuarei a vencer as multidões e tornar-me-ei o vento que levanta as folhas varridas do outono
continuarei a investir contra montanhas maciças de pedra dura até que parta e se torne cascalho inofensivo
continuarei a forçar as marés com a palma das minhas mãos e tudo se tornará um balanço negativo

e é esse balanço negativo que nasce de mim, que parte de mim, que é sofrego em mim que vai contrabalançar os pesos naturais e tornar inútil a gravidade e a inércia dos corpos, e então, subitamente, tudo se erguerá nos céus...


e seja feita a minha vontade

3 comentários:

L. disse...

a audácia, o poder, a vontade glorificada...

nada posso dizer, que não tenhas dito tu, nas entrelinhas das linhas que me prendem e me preenchem.

e,
Seja feita, sempre, a tua vontade.

Anónimo disse...

Ola...

Primeira visita... Li o post atual e não resisti, vou ler todos da pagina...

Adorei:
"continuarei a proclamar as minhas palavras loucas e a espalhar insanidade por mentes negras e abafadas"

Palavras fortes, ideias certas, caminhos tortos...

Que sua vontade seja feita... E que a nevoa do caminho se espalhe com sua passagem.

:*

André disse...

Isso que chamo de vontade de potência!