29 de junho de 2006

descobrindo-me


Continuo sem saber pensar. Continuo sem conseguir distinguir-te no meio da luz que se revela à minha janela, entrando desobediente no quarto onde quero que a escuridão me encontre.
Continuo inquietamente imóvel, desesperadamente silenciosa, discreta, enrolando os dedos secos e cerrando os olhos com a força de um mundo cheio de causas e de desesperos que não colidem.

Estou assim não sei por que razão, mas conheço-me, e descubro-me em cada lugar.

1 comentário:

L. disse...

talvez precises de um novo olhar, ou apenas de um beijo nos olhos, para que impute na íris o alento de que não dispõe para que contraia a pupila, e tudo se torne, menos luminoso, mas, quase paradoxalmente, mais claro…

continua, ainda que sem saber pensar, a escrever o que te corre nos olhos dessa forma intensa que só tu sabes, Eu continuo com a boca seca das tuas palavras…

, beijo do rapaz